Em parceria com a Nhaí, uma startup com soluções inovadoras e tecnológicas para expandir o pilar da diversidade, a Magnum lançou o projeto Magnum Art Fashion. É uma coleção exclusiva, fruto de um programa de aprimoramento de carreira para estilistas e grandes promessas da alta costura brasileira.
Ao todo, seis estilistas independentes estão produzindo a coleção, que ficará pronta em junho. O resultado é fruto da inspiração e do olhar de cada artista para o icônico picolé, como seu formato, a crocância da casquinha de chocolate, texturas, cores e embalagem, em peças de alta costura.
O processo de criação conta com workshops, mentorias e cursos de gestão de negócios, mediados por renomados profissionais do ramo fashion.
Ao final do processo, a coleção será lançada em um desfile, na estreia do Pink Economy Experience, um evento promovido pela startup, com apresentações de ballroom e diversas atrações que representam a cultura da comunidade LGBT+. Posteriormente, as peças da coleção Magnum Art Fashion serão leiloadas e o valor arrecadado será destinado a uma instituição assistencial.
A CEO da Nhaí, Raquel Virgínia, ressalta que a collab é a oportunidade de juntar universos diferentes em busca de um resultado único. “Magnum Art Fashion representa o futuro da moda. O apoio de Magnum é a expressão da economia criativa LGBTQIAPN+ na alta costura, no topo da moda. As peças são feitas de histórias de vida, de experiências e de referências importantíssimas da cultura do Brasil. Vamos juntar tudo isso com o universo de Magnum e apresentar peças cheias de glamour. É uma delícia de coleção”.
Os estilistas
Caduda Mexias é empresária, artesã e dona da marca Macramêxias, especializada em “afrotransjoias”. É travesti, nascida e criada na Zona Norte de São Paulo e tem a sua história e o seu corpo como ponto de partida para a criação de suas joias e macramês. Nas suas criações, leva em conta o conforto para vestir corpos como o dela e tem como objetivo fazer com que mulheres se sintam bem e seguras para serem quem são.
Sandro Freitas é diretor criativo e estilista da Berimbau. Maranhense, tem a cultura de seu estado e a cultura africana como inspirações. Passou a infância morando em frente a um dos principais clubes de reggae de sua cidade e sempre prestou muita atenção em como as pessoas se vestiam. Hoje produz uma arte vibrante, colorida e com referências da cultura do bumba meu boi, do Maranhão, e da África.
Nathan Santos é estilista e ficou conhecido como o rei das durags. É um homem trans, nascido e criado em uma favela de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Com seu corpo diferente dentro de sua comunidade, viu na moda uma forma de se expressar. Não via a moda como uma aspiração profissional, mas como foi demitido de sua função de professor de matemática e resolveu investir na produção de durags – tecidos que preservam cabelos crespos e cacheados – e iniciar a sua carreira na moda.
Joana Jade é uma artista pernambucana que constrói suas peças a partir de uma estamparia artesanal. É travesti e, por meio de sua marca, busca empoderar mulheres como ela, pensando em uma moda urbana, criativa e subversiva. Sua relação profissional com a moda tem início quando começa a trabalhar em um brechó e logo percebe que customizar as peças era uma oportunidade de valorizá-las. De forma rudimentar, tingia as peças em panelas, fez tie-dye até chegar ao pixo, que é hoje uma das técnicas que mais utiliza. Faz um trabalho sustentável, fazendo com que peças que seriam descartadas fiquem glamourosas e sejam objeto de desejo.
Will é formado em Design de Interiores pela Anhembi Morumbi e é pesquisador de moda na quebrada de SP. Com sua arte, tem o objetivo de resgatar a cultura afro, em um universo urbano. Seu olhar sobre a moda passa pelo empoderamento e pela valorização da cultura da periferia. Como inspiração para a sua estética está a música: o Funk, o Hip Hop e o Samba.
MONDO MODA 