Um olhar sobre o “Quiet Luxury”

Desde que o conceito de “quiet luxury” se tornou um assunto em 2023, ele tem gerado opiniões divergentes e confusas. Enquanto alguns críticos argumentam que o estilo promove uma moda elitista e segmentada, defensores enxergam uma postura consciente na escolha das peças de roupa.

Giorgio Armani Prive Couture Fall 2023 @ Divulgação

O “luxo silencioso”, em tradução livre, destaca a valorização de itens discretos, que transmitem uma essência luxuosa sem buscar ostentação. De acordo com a consultora de moda e imagem Camile Stefano, desde que essa onda ganhou popularidade nas redes sociais, a indústria do fast fashion desviou-se do conceito original.

“Vemos as lojas incentivando o consumo desenfreado de peças que, em teoria, traduziriam esse estilo, mas que, no entanto, acabam sendo descartáveis e nada similares ao conceito de exclusividade”, destaca.

Valentino Couture Fall 2023 @ Divulgação

Em primeiro lugar, importante lembrar que “luxo” está relacionado ao item único e especial. Isso não significa necessariamente que a peça precisa ser a mais cara do mercado; ela pode ser encontrada em brechós, marcas locais ou até mesmo ser uma herança de um parente.

“Olhar para o conceito de luxo a partir dessa perspectiva pode ser saudável, ajudando-nos a causar menos impacto ao meio ambiente no nosso dia a dia, além de ser economicamente sustentável”, recomenda Camile.

Outra vantagem é a escolha consciente de roupas que não seguem o ciclo efêmero da moda e das tendências, mas sim que permanecem relevantes e presentes em nosso imaginário. São opções atemporais que representam um investimento duradouro.

Chanel 2.55 Reissue @ divulgação

A consultora explica que, “o ‘quiet luxury’ está mais relacionado à filosofia por trás das compras, valorizando a ideia de possuir itens únicos e duradouros, em vez de se render constantemente às novidades e renovar o guarda-roupa com frequência”.

2023 Colar do Inverno 2023 @foiojorgequefez @divulgação

Por fim, Quiet Luxury não deve ser usada para ostentação, mas sim incorporada como um estilo de vida sustentável. O objetivo é abandonar a busca por status e adotar o consumo consciente. Valorizar a qualidade e singularidade das peças, em vez de usá-las como símbolos de riqueza, é essencial.

“Ao adotarmos essa abordagem, construímos um guarda-roupa autêntico, que reflete nosso estilo pessoal e preocupação com questões maiores”, finaliza Camile.