Minissaia – você tem coragem de usar?

Oficialmente, a minissaia nasceu em 1968. Sua autoria é dividida entre dois estilistas: a inglesa Mary Quant e o francês André Courrèges.

Pois bem, a revista americana Life fez uma interessante retrospectiva da minissaia e causou uma certa confusão entre os fashionistas.

Afinal, ela publicou uma foto de 1929, com uma modelo usando um minivestido! Exatamente! Trinta e nove anos antes da explosão que revolucionou o guarda-roupa das mulheres jovens na década de 1960!

Na realidade, eu explico: a minissaia daquele período era usada como moda esportiva.

Como as pessoas acabavam de descobrir os benefícios do sol e dos esportes ao ar livre, era importante a criação de uma roupa que não limitassem os movimentos.

Sendo assim, a minissaia – que nem tinha este nome na época – surgiu como uma alternativa para a prática de esportes, como o tênis.

Além dos esportes, ela também foi usada como alternativa – entre as mais ousadas – para ir a praia.

Lembre-se: o biquíni surgiria em 1946, pelas tesouras do francês Louis Réard!

Se você observar os vestidos usados pelas melindrosas dos anos 20, com um comprimento tão curto, que poderia também ser classificado com minis. Mas, eles eram usados apenas para dançar Charleston nos Clubs de Jazz durante à noite.

Quanto a minissaia…

1968 entrou para a história como um ano de revoluções.

Feministas, estudantes, negros, hippies e gays saiam às ruas para afirmar sua existência e exigir direitos igualitários.

Para se adaptar a este cenário, esperava-se a criação de uma roupa que representasse um rompimento dos valores tradicionais.

Eis que… Na França, o estilista e engenheiro civil André Courrèges – com uma técnica impecável – construiu uma peça, com formas diferenciadas, estruturadas e com estampas geométricas, que receberia o nome de minissaia.

Ao mesmo tempo, em Londres, a butique Bazaar era famosa por ser um templo de vanguarda e modernidade, onde vendia roupas, acessórios e cosméticos para jovens descolados.

Sua dona, Mary Quart tinha um antena para novidades e também sentiu que as mulheres precisavam de uma roupa que representasse a cara da década.

Assim, sem muita técnica, mas muito bom gosto – ela resolveu encurtar saias e vestidos, criando o estilo “Chelsea Look” (Chelsea era um badalado bairro inglês).

Ele consistia no uso de malhas ou camisetas curtas (caneladas), minissaia e botas de couro com cano alto – que alcançavam as coxas.

O sucesso foi tanto, que Mary e seu marido abriram 150 filiais na Inglaterra e outras 320 nos EUA – além de outros pontos de venda em todo o mundo.

A minissaia tornou-se, assim, a bandeira da juventude da década de 1960, que, utopicamente ou não, queria mudar o mundo.