Morre a estilista britânica Mary Quant – a ‘mãe’ da minissaia

Responsável por transformar a minissaia num fenômeno mundial e libertar o guarda-roupa da caretice dos anos de 1950, a estilista britânica Mary Quant morreu aos 93 anos em sua casa em Surrey, ao sul de Londres, na manhã desta quinta-feira (13), de acordo com o comunicado.
Sua família a lembrava como “uma das estilistas mais reconhecidas internacionalmente do século 20 e uma inovadora notável”.

Mary Quant Minissaia 1960 @ divulgação

Quant lançou uma das primeiras supermarcas globais, moldando uma nova era na moda. A minissaia tornou-se um marco definidor dos “Swinging Sixties” – movimento da efervescência cultural da juventude londrina dos anos 1960.
Para as mulheres que cresceram usando-as, os designs de Quant representavam liberdade, empoderamento e a rejeição dos padrões estéticos de seus pais.

Mary Quant 1967 @ Getty

Um representante do Victoria & Albert Museum disse: “É impossível superestimar a contribuição de Quant para a moda. Ela representou a alegre liberdade da moda dos anos 1960 e forneceu um novo modelo para as mulheres jovens. A moda hoje deve muito à sua visão pioneira”, concluiu.

Mary Quant @ Pierre Verdy – AFF

Nascida em 11 de fevereiro de 1930, em Londres, Mary abriu sua primeira loja, a Bazaar, em 1955, no bairro de Chelsea, que na época estava em pleno crescimento. Botique de roupas e acessórios rapidamente se tornou um ponto de encontro de jovens e artistas, atraindo celebridades como os Beatles, os Rolling Stones, Brigitte Bardot e Audrey Hepburn.

Mary Quant em 1966 @ John Dumont

Seu estilo pessoal era inconfundível – especiamente pela famosa franja marrom, obra do cabeleireiro Vidal Sassoon – também responsável pelos visuais de Mia Farrow e Twiggy.
Mary era conhecida, sobretudo, por seus desenhos de vestidos e saias curtíssimos, com linhas simples e cores vivas. Mas ela também ficou famosa pelos shorts, pelas capas de chuva de plástico e pelas maquiagens coloridas.
Conforme o jornal O Globo, a Mary declarou que não tinha tempo para esperar pela liberdade feminina. Então, iniciou uma revolução na moda, que afirmou ter como meta salvar as jovens das décadas de 1950 e 1960 de serem forçadas a se vestir como suas mães, mulheres de outra geração.

“Acontece que minhas roupas combinam perfeitamente com a moda adolescente, com pop, bares […] e clubes de jazz”, comentou em Quant by Quant, sua primeira autobiografia, publicada em 1965.