Boiserie – um clássico do século XVIII na sua parede

Boiserie é um tipo de moldura de parede pensada para dar um charme especial na decoração. Muito utilizada pela realeza na França por volta do século XVIII, a boiserie parede ajuda no isolamento térmico e é sinônimo de sofisticação. A palavra “boiserie” vem do francês “bois”, que significa madeira.

Apto Carlos Weber – Cristiane Schiavoni – Fotos Rafael Renzo

“Sem sombra de dúvidas elas sempre terão seu lugar de destaque no décor de interiores. A mudança está nas características que marcavam os projetos dos séculos passados e que carregam a essência, os valores e os comportamentos que ditavam as grandes residências daquelas épocas”, afirma a arquiteta Cristiane Schiavoni, que comanda seu escritório homônimo. Ela, que é apaixonada pelo recurso, assegura que o caminho é pensar em formas de ressignificar a boiserie no contexto de cada ambiente. “Sua presença não está apenas no fato de adornar, mas sim de transmitir e valorizar o sentimento desejado”, acrescenta.

Apto Carlos Weber – Cristiane Schiavoni – Fotos Rafael Renzo

Diferente de como se aplica atualmente, as boiseries inicialmente eram feitas de madeira – bois em francês, o que dá origem à palavra –, sendo esculpidas delicadamente para dar vida aos ornamentos que as fazem tão charmosas. Com o avanço tecnológico, elas ganharam outros materiais que além de diminuírem o custo de produção, elevaram a durabilidade e não exigem tantos cuidados de manutenção.

Apto Carlos Weber – Cristiane Schiavoni – Fotos Rafael Renzo

A arquiteta destaca sua predileção pelo poliestireno justamente por não requerer o uso de massa e o lixamento. “Como ela já vem pronta, basta colar e, dependendo da cor da parede, não é necessário pintar”, detalha.
No período em que surgiram, as boiseries de outrora eram bem trabalhadas e repletas de detalhes. Dessa forma, ela ressalta a necessidade de encontrar equilíbrio para a inclusão nos projetos atuais. “Precisamos usá-las de uma forma mais limpa e sem tantos detalhes”, afirma.

Apto Carlos Weber – Cristiane Schiavoni – Fotos Rafael Renzo

A arquiteta Cristiane Schiavoni defende que as boiseries são bem-vindas em todo lugar da casa e não há contraindicação sobre sua instalação nos ambientes residenciais. “Podemos considerá-la nos dormitórios, na sala de estar, que eu adoro, no home theater, lavabos e no banheiro, visto que hoje em dia existem boiseries produzidas com materiais resistentes à umidade”, esclarece.
Existem várias maneiras de combinar as boiseries nos estilos decorativos atuais e, em se tratando de um item que chama atenção, Cristiane se atenta ao pensamento de enaltecê-lo junto com a disposição de peças de arte ou mobiliários.
“A boiserie resgata sentimentos e com isso se torna um meio interessante para combinar com peças de memória afetiva ou aqueles adquiridos em leilões e lojas de antiguidades”, observa.
Quanto ao emprego das cores, a arquiteta explana a necessidade de averiguar com cuidado, pois uma vez que as molduras ‘preenchem’ a parede, a decisão tanto pode acrescentar destaque ou mesmo se camuflar. Ela aponta que ambas as possibilidades promovem uma composição sofisticada, embora com objetivos completamente diferentes.
Por outro lado, também pode-se pintar estes elementos no mesmo tom, pois conforme pontua a profissional, não há uma regra. “Eu sou mais adepta de acompanhar a boiserie com a cor da parede. Entretanto, esse é um viés que denota a linguagem que gosto de trazer para os projetos”, opina.

Apto Carlos Weber – Cristiane Schiavoni – Fotos Rafael Renzo

A iluminação é outro ponto fundamental e tem como propósito a valorização das boiseries. Para tanto, Cristiane recomenda o uso de uma luminária ou arandela a fim de realçá-las dentro de algumas perspectivas. Uma delas admite a luz de foco em um jogo de luz e sombra, enquanto que também é possível destacá-la de uma forma mais lavada e sem muito foco na parede para se dispersar de uma forma geral.