As obras de arte presentes na CASACOR São Paulo 2025 vão além de meros adornos, atuando como narrativas sensoriais, políticas e poéticas, escolhidas por uma curadoria criteriosa dos arquitetos, designers e artistas. O evento acontece até 3 de agosto, no Parque da Água Branca.

Entre os destaques está “O Avesso da Terra”, uma instalação viva da artista Bruna Mayer, que abriga, em recipientes de vidro com iluminação interna, microrganismos coletados do corpo da própria artista e do parque. A obra cria um microclima em constante transformação, revelando a simbiose entre corpo e natureza ao longo da mostra. Ela está no ambiente de Kawai Paisagismo.

Na bilheteria da mostra, assinada pela arquiteta Gleuse Ferreira, a arte se funde com a memória pessoal: uma obra de Marcelo Eco, com efeitos de ilusão óptica, revela o rosto de Lampião, uma homenagem direta à história familiar da arquiteta, bisneta do icônico cangaceiro.

Na Casa Paulistana, João Panaggio, com curadoria de Lurdinha Piquet, apresenta uma escultura em madeira de cajacatinga do artista Marcelo Silveira, que cria um ponto de transição entre os espaços, unindo arte e arquitetura de forma orgânica.

O ambiente Café com Tempo, de Daniela Andrade, exibe uma tela da artista Mai-Britt Wolthers, inspirada na floresta. A obra propõe um gesto poético que transforma o silêncio da natureza em reflexão sobre tempo, memória e permanência.

A presença da arte autoral também se impõe em diversos ambientes. No espaço da SALA2 Arquitetura, Vanessa Martins elege a escultura “Ondulante”, de Amalia Giacomini, como ponto focal.

Já no Loft Alvorá, assinado por PN + | Paula Neder, a obra têxtil de Pat Lobo entrelaça linho, feltro, algodão e cerâmica em uma coleção poética que costura tempo, sonho e matéria.

O Hall Raízes, de Renzo Cerqueira, apresenta a tela “Movimentos”, de Arthur Arnold, cuja argamassa e pinceladas intensas exibem uma presença emocional que reverbera por todo o ambiente.

No ambiente Sopro, da arquiteta Beatriz Quinelato, a escultura “Seres”, de André Ferri, mistura madeira e cerâmica em uma criação de potência transcendental.

A ancestralidade ganha destaque no ambiente assinado por Pedro Coimbra, com o mural da artista indígena Yacunã Tuxá, que traz a potente frase “A montanhosa mulher sonhava”. A obra se integra à instalação sensorial, onde arquitetura, memória e arte se entrelaçam em uma experiência de contemplação e deslocamento do olhar.

A luminária de piso Orgus n.10, de Humberto da Mata, feita com madeira, papel machê, caulim, resina e componentes elétricos, destaca-se na Casa Coral de Mauricio Arruda como um objeto escultural com função e poesia.

A obra “A Ponte”, de Rocio Aguirre (Studio Aguirre), criada especialmente para aqueles que sonharam unir paladares e histórias em um só lugar, brilha no ambiente Casa Buriti da arquiteta Fernanda Rubatino. A paleta de cores evoca a serenidade das águas e a riqueza da flora pantaneira, trazendo sensação de acolhimento e harmonia ao ambiente.
SERVIÇO
CASACOR São Paulo 2025
Data: até 03 de agosto de 2025
Horário bilheteria: terça a domingo* das 11h às 19h
* fechamento da bilheteria física 15 minutos após o último horário. A visita poderá acontecer até às 21h.
Horário de funcionamento do evento: terça a domingo das 11h às 21h
Valores ingressos: De terça a domingo e feriados – R$121,00 (inteira) e R$ 60,50 (meia entrada)
Vallet Park: R$ 40,00
Local: Parque da Água Branca, Rua Dona Ana Pimentel, 37, Barra Funda, São Paulo

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