Brüno por Leo Sodini

Bruno Sacha CohenMondo Moda convida alguns amigos do blog para escrever artigos.
Quem encara a estréia é o produtor de moda Leonardo Sodini, que comenta o polêmico filme “Brüno”.
Critica
O filme Brüno – assim mesmo com trema, é para lá de provocativo! E  desnecessário!
Decepciona por ter perdido a grande oportunidade de relatar com graça e bom-humor, o dia-a-dia dos fashionistas.
Ao contrário do esperado, relata com brutal pesadelo na vida de um doidivano sem talento e “que se acha – expressão bastante usada para definir profissionais incompetentes do mercado de moda.
Mas, não. A comédia (?) com direção do norte-americano Larry Charles (o mesmo do controverso Borat – que também dividiu opiniões) escancara com bastante agressividade a trajetória de um insano que busca a fama – custe o que custar.
Apresentador de um programa na TV local migra de seu país (a Áustria) para Los Angeles depois que é demitido por aprontar enorme “presepada” – talvez a única cena hilária do filme, tamanho é o descontrole – quando invade a passarela espanhola da excêntrica estilista Agatha Ruiz De La Prada.
(A estilista espanhola é dona de absurda criatividade e ousadia. Entre tantos alimentos, influencia-se pela obra da primeira fase do diretor espanhol Pedro Almodóvar, na época da “Movida Espanhola – movimento de liberação cultural e sexual, no inicio da década de 70. Poderia ser identificada com uma versão do nosso Tropicalismo.)
Bruno quis “chochar” a criatividade da estilista e acabou “chochado”!
Só para esclarecer: durante a semana de moda em Milão, o ator Sach Cohen Baron, na pele de Bruno, realmente foi preso depois de invadir a passarela da estilista espanhola.
Achei pouco…
Este personagem insano, um repórter gay afetadíssimo, passa por situações inglórias, onde esculhamba tudo e todos que estão a sua frente. Focando seu próprio sucesso, com total falta de argumentos e nítida falta de conhecimento, talento e foco para o fashionista que se propõe a ser.
É tosco, grotesco, repleto de equívocos!
Faltam direção e roteiro.
O segmento abordado, dia-a-dia dos profissionais que trabalham com moda, gays ou não e afetados ou não, nada tem a ver com esta brutalidade imposta. Claro! Nem precisava dizer, mas é bom lembrar, né?
O próprio mercado encarrega-se de demitir profissionais com o perfil de Brunos.
Preconceituoso, imoral, sem graça, pesado… Ainda conseguiu reunir (?) música da pesada, como Elton John, Sting, Bono e Bruce Springteen para cantar uma canção que defini Bruno como a Pomba da Paz…
Que voe para bem longe e não retorne mais!