A História da Moda Masculina: Década de 1910

Para escrever sobre a história da moda masculina, é importante levar em consideração que a indumentária de determinado período se dividia entre habitantes de centros urbanos e rurais.
Outro ponto: os modos e comportamentos não mudam da noite para o dia. Entre tais períodos, houve algumas fases de transição, onde elementos de modos e costumes conviviam em sincronia – eventualmente, uns se disseminam mais em detrimento de outros.
Homens Ricos do início do século XX @ Divulgação
Homens Ricos do início do século XX @ Divulgação
No início do século XX, os centros urbanos passaram passar por grandes transformações, como expansão dos tratamentos sanitários, construção de ruas largas e surgimento de arranha-céus.
Nova Iorque no início do século XX @ Divulgação
Nova Iorque no início do século XX @ Divulgação
A moda acompanhou estas mudanças – a roupa começava a ter novos usos. Ela se tornou mais simplificada, graças a implantação de novas tecnologias. Um bom exemplo foi o uso das roupas íntimas, influenciada tanto pela disseminação do aquecimento das residenciais quanto pelas práticas desportivas e de lazer.
Nas primeiras décadas do século XX, os homens utilizavam peças de alfaiataria. A vestimenta do dia-a-dia era o terno (calça, paletó e colete). Durante o dia, cores claras – à noite, escuras. As gravatas na cor preta eram usadas nos momentos formais – origem do termo “black tie”. Vale deixar registrado que a utilização de paletós, para cada tipo de evento se dava de acordo com o número de botões das mangas.

A silhueta masculina trazia ombros largos, cintura marcada, calças ajustadas no tornozelo e coletes curtos. As camisas não tinham golas e punhos fixos. Elas eram removíveis e poderiam ter as cores trocadas. No final da década de 1910, as peças se tornaram menos rígidas e mais soltas no corpo.
Os tecidos mais usados para a produção das peças eram de algodão, linho, seda e lã. Estas fibras compunham o substrato essencial para produção de tecidos que eram utilizados na confecção de gravatas, golas, punhos, chapéus e alguns calçados.
A classe operária tinha roupas de trabalho, pertinente seus ofícios. Em muitos casos, ela se utilizava das peças de alfaiataria para momentos mais formais, ou quando seu uso tinha relação com sua atividade profissional.
Os relógios masculinos eram modelos de bolso, usados no colete, com a corrente presa na casa de um botão. Porém, em 1904, surgiu o relógio de pulso, graças a uma parceria entre o brasileiro Santos Dumont e o francês Louis Cartier.
Relógio da Cartier, modelo criado para Santos Dumont, 1904 @ Divulgação
Relógio da Cartier, modelo criado para Santos Dumont, 1904 @ Divulgação
Além do relógio, lenços, chapéus (que variavam de qualidade e modelo), bengalas, calçados bicolores, polainas (usadas por cima do sapato), suspensórios, luvas de couro ou tecido, meias que eram presas por pequenos suspensórios, um tipo de camisa e de calças utilizada por baixo da roupa para absorção de transpiração e para aquecer no inverno e o uso de abotoaduras.
Com o aumento da população dos grandes centros urbanos e a descoberta dos benefícios do sol, nobreza e burguesia começaram a frequentar clubes, casas de campo e praias.
A roupa de banho masculina era composta por um tipo de macacão curto – com ou sem mangas.

roupas de banho do inicio do século XX @ Divulgação
roupas de banho do inicio do século XX @ Divulgação
Nos clubes desportivos, os homens usavam um tipo de shorts bem curto adequados para competições e também um tipo de cueca larga – preferidas pelos pugilistas e fisiculturistas.
O guarda roupa masculino – assim como o feminino – passaria por mudanças bruscas, quando estoura a 1ª. Guerra Mundial, em 1914.
(Artigo do estudante de moda Samuel Marinho – especial para o MONDO MODA)

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