A primeira temporada da série australiana Glitch (Glitch é o termo usado para indicar uma falha num sistema computacional) está disponível no Netflix. Seguindo a linha da francesa Les Revenants, a estória começa quando alguns mortos retornam à vida em Yoorana, uma pequena cidade rural. 
Um deles, Paddy Fitzgerald, é visto, gravado e seguido pelo adolescente Beau Cooper, enquanto outros são encontrados pelo sargento James Hayes (Patrick Brammall), que contará com apoio da médica, Dra. Elishia McKeller (Genevieve O’Reilly). Confusos, eles são levados para uma clinica e exames preliminares revelam que gozam de uma saúde perfeita. No entanto, não conseguem se lembrar do que aconteceu ou o que estão fazendo ali. Entre os mortos estão Kate Willis (Emma Booth), esposa de James que faleceu há dois anos, Charlie Thompson (Sean Keenan), Kirstie Darrow (Hannah Monson), Maria Massola (Daniela Farinacci) e o italiano Carlo.
Até que consiga descobrir o que está acontecendo, o sargento toma a decisão de proteger o grupo, escondendo-os de seus colegas e dos demais moradores. No entanto, os seis não são os únicos a retornarem. Um desconhecido chamado de John Doe (Rodger Corser) perambula pelas ruas da cidade com as costas marcadas por chibatadas.
Ao longo dos seis episódios, a estória mantem o interesse, equilibrando-se na busca de informações sobre o que teria ocorrido para eles voltarem a vida, o estranhamento de familiares e conhecidos, além das revelações sobre o motivo da morte de cada um. Sutilmente, vai surgindo o nome da empresa farmacêutica Noregard, que domina cada medicação ministrada pela médica, que vai se tornando cada vez mais misteriosa.
http://www.youtube.com/watch?v=swBhgvAAOnA
Apesar do final confuso e o ritmo arrastado, eu gostei muito da primeira temporada de Les Revenant, assim, comecei a assistir Glitch com a mesma expectativa. Contudo, são séries bem diferentes. Aqui, a ritmo é mais envolvente e dinâmico. Na série francesa, existia uma desconfiança em relação aos ‘mortos, pois dava a entender que eles sabiam por que voltaram. Aqui, não. Rapidamente cria-se uma simpatia e curiosidade em saber o que houve com ‘vida passada’ de cada um. Outro ponto a favor: tirando um ou outro, o elenco é ótimo. O ator principal, Patrick Brammall, transita muito bem entre o estranhamento pelo o que houve a a forte emoção em reencontrar Kate, sua esposa que morreu de câncer de mama há dois anos e o que fazer com a esposa atual, Sarah, que foi a melhor amiga da ‘ex-falecida’ e que está prestes a dar à luz.
Com três prêmios australianos de melhor série do ano, a temporada termina com ótimos ganchos para a próxima que já foi confirmada, mas ainda sem maiores informações sobre o roteiro. Só se sabe que a Netflix será a co-produtora.

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