Liniker, Sophie Charlotte e Camila Queiroz estão nas três capas da edição do Outono Inverno 2023 da primeira edição impressa do ano da Glamour Brasil.
Na entrevista, elas abordam questões da vida pessoal, trajetória e seus momentos profissionais. Liniker aborda sobre a representação de seu álbum Indigo Borboleta Anil em sua vida, a importância de ser a primeira brasileira trans a ganhar um Grammy Latino, a importância da amizade, planos para o futuro e muito mais.
Liniker capa Glamour Maio 2023 @ divulgação
“Lembro de acordar, rezar e pensar que não sabia o que iria acontecer (sobre ganhar o Grammy Latino). Comecei a me arrumar, e descobri pelas minhas amigas que estava atrasada para a premiação. Correndo, colocamos o vestido que compramos em Las Vegas porque tivemos problemas com a bagagem do Brasil. Chegando à cerimônia, cumprimentei a Ludmilla e sentamos aliviadas. Estava concorrendo em três categorias e, após duas delas serem apresentadas, pensei que, por uma questão lógica, eu não seria a vencedora. Eu, uma artista independente, concorrendo em “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira” ao lado de Marisa Monte, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, entre outros ícones da música… Quando o Jão, que também é de Araraquara, anunciou o nome do meu disco, só tive tempo de abaixar a cabeça enquanto todos da mesa gritavam ou começavam a chorar. Subi no palco e decidi fazer meu discurso em espanhol, mesmo sem ter ensaiado nada. Quando me dei conta de que havia ganhado, e falei que essa era a primeira vez que, no meu País, uma artista trans vencia a categoria, não aguentei. Toda a minha vida passou diante dos meus olhos. Eu me vi saindo de Araraquara com R$150 para Santo André, lembrei do meu primeiro show, da minha primeira turnê, do meu primeiro sold out. Desde que eu estourei com os Caramelows, não tive tempo de assimilar tudo o que aconteceu na minha vida. Um dia, eu estava passando fome e, no outro, dormindo em um hotel cinco estrelas. Então, ter vivido a certeza desse prêmio me ajudou a entender um pouco disso. Ao mesmo tempo, quando a estatueta chegar em casa, acho que vou ter uma nova virada de chave. Tenho medo de supervalorizar essa conquista no sentido de me deixar confusa, de ficar fazendo as coisas para acertar, para ganhar outro prêmio. Tenho medo que eu me perca dentro do meu processo e do meu propósito. Eu não fiz o disco para ganhar um Grammy, por mais que eu gostaria, mas, sim, para que eu me celebrasse”.
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