A cantora irlandesa Sinead O’Connor morreu na terça-feira, 25 de julho, aos 56 anos. A informação foi divulgada pelo Irish Times nesta quarta-feira. Até o momento, não foi revelada a causa de sua morte.
Grande voz da década de 1990, seu nome foi imortalizado pela interpretação da canção “Nothing Compares 2 U”, composição do Prince. O clipe se tornou um fenômeno na época.
Em 2022, Sinead perdeu o filho adolescente Shane O’Connor, de apenas 17 anos, que cometeu suicídio em Wicklow, na Irlanda. Pelo Twitter, a cantora lamentou que Shane “decidiu encerrar sua luta terrena”. Após o trauma da morte do filho, Sinead se afastou da carreira artística. Plano que ela tinha revelado um ano antes, quando se dizia cansada.
Em 2018, a cantora se converteu ao islamismo e optou por mudar o nome, se tornando Shuhada ‘Sadaqat. O último registro do Instagram é datado em 2016 e ilustra a cantora em uma foto preto e branco.
“Ame a vida que tens e agradece o que és!!!”, diz a legenda.
Sinead O’Connor deixou três filhos, Jake Reynolds, Roisin Waters e Yeshua Bonadio.

Nascida Sinéad Marie Bernadette O’Connor em 08 de dezembro de 1966 em Dublin, Irlanda, seu primeiro álbum foi “The Lion and a Cobra”. O single “Mandinka”. recebeu indicação ao Grammy de Melhor Cantora de Rock. Sua apresentação ao vivo no show causou impacto.
Pensa: 1989, uma cantora branca, baixinha, careca, tatuada, vestindo calça jeans rasgado, top preto e coturno e dona de uma voz única inesquecível… Foi a imagem da noite. Ela perdeu para Tina Turner, que concorria com o álbum “Tina Live in Europa”.
No ano seguinte, o álbum “I Do Not What I Haven’t Got”, com a canção “Nothing Compares 2 U” vendeu 10 milhões de cópias. Ganhou a Billboard Music Awards de Single Número 1, três MTV Music Awards (Vídeo, Cantora e Pós-Moderno) e foi indicado ao Grammy por Álbum do Ano Cantora Pop e Vídeo).
O disco foi eleito como o “melhor segundo álbum do ano de 1990” pela revista NME. De fato, é um trabalho admirável.
No mesmo ano ela gravou a canção “You Do Something to Me” para o projeto “Red Hot + Blue”, com canções do compositor Cole Porter para arrecadar verbas para a organização em pról às vítímas do HIV-AIDS “Red Hot Organization”. Sua interpretação é mágica.
A canção integrou o álbum “Am I Not Your Girl?” com clássicos estadunidense dos anos 40 e 50. Apesar de inegável qualidade, não foi bem recebido pelo público da época.
Após este período, seu nome entrou numa longa lista de polêmicas.
No auge do sucesso com o segundo álbum, ela rasgou uma foto do papa João Paulo II no programa “Saturday night live”, um dos mais populares nos EUA. Ela foi fortemente atacada por parte dos fãs e de representates da indústria fonográfica.
“Não me arrependo de ter feito isso. Foi brilhante. Mas também muito traumatizante. Foi a abertura da temporada de caça. As pessoas me tratavam como uma vadia louca”, contou a cantora.
Sinéad falava abertamente dos abusos físicos e sexuais inflingidos pela mãe, que tinha, em casa, uma “câmara de tortura” para castigar os filhos.
Sinéad foi internada, por diversas vezes, em clínicas de saúde mental. Ela reconheceu que possuía certa clareza sobre o funcionamento da própria mente. Em termos gerais, a artista sofria de síndrome de estresse pós-traumático e de distúrbio borderline.
Em 2017, ela publicou no Facebook. “Estou lutando, lutando, lutando, como milhões de pessoas que conheço, para continuar viva todos os dias”, frisou, às lágrimas, em vídeo que viralizou internacionalmente.
Ela tentou se matar oito vezes.

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