Mariska Hargitay é uma atriz conhecida pelo papel da Tenente Olivia Benson na série “Law & Order: Special Victims Unit”, que estrela a 27ª temporada em setembro. Por sua atuação, ela venceu o Globo de Ouro e o Emmy Awards de Melhor Atriz em Série Dramática. Em 2018, foi revelado que ela recebe U$ 13 milhões por temporada, que ficou em cinco lugar entre os mais assistidos entre 2023/2024 nos EUA.

Ela também é fundadora do Joyful Heat Foundation, uma organização que apoia vitimas de violência sexual, que lhe recebeu um prêmio chamado “Champion of Hope” por sua dedicação a causa.

Em 2025, Mariska fez sua estreia como diretora, roteirista e produtora no documentário “Minha Mãe Jane”, que estreou no Festival de Cannes em maio. Está disponível na HBO MAX.
É a primeira vez que Mariska mergulhou na história da vida de sua mãe, quase seis décadas após sua trágica morte. Na madrugada de 29 de junho de 1967, aos três anos, ela dormia ao lado dos dois irmãos num carro quando sofreu um acidente na estrada Rota 90, na Louisiana. Morreram sua mãe (a atriz Jayne Mansfield), o padrasto (Sam Brody) e o motorista.
Seus irmãos foram resgatados. A caminho do hospital, um deles perguntou sobre a irmã. A polícia voltou a ser acionada e encontrou Mariska presa em baixo dos bancos com leves ferimentos.

Maior rival de Marilyn Monroe, Jayne foi um símbolo sexual da Hollywood de 1950, atuando em filmes como “Em Busca de um Homem”, “Ciúme, Tempero do Amor” e “Hércules Contra os Dragões”. Sua persona nas telas (por sugestão de um produtor, ela inventou uma irritante fala, que misturava infantilidade e ingenuidade) ofuscou sua inteligência e talento (falava várias línguas estrangeiras, tocava piano e violino e estudava teatro).

Após o declínio de sua carreira no cinema, ela tentou se reinventar como artista de boate. No entanto, enfrentou dificuldades com o abuso de substâncias e a depressão.
Mariska se afastou totalmente a tudo o que era relacionado a sua mãe. Recusou-se a ler uma série de livros biográficos, assistir aos filmes ou entrevistas ou as músicas gravadas. Ela se sentia muito constrangida e envergonhada.
Após muitos anos de terapia, mudou de ideia. Abriu as portas de um depósito que ficou fechado por décadas e descobriu um enorme acervo com entrevistas íntimas e de uma extensa coleção de fotos e vídeos caseiros inéditos. Descobriu um complexo legado público e privado, revelando camadas surpreendentes e uma profundidade de quem Jayne realmente era — não apenas para seus fãs, mas também para aqueles que estavam mais próximos dela, como os seis irmãos de origens diferentes.

Entre os fatos revelados no documentário está o nome do cantor e comediante brasileiro de origem italiana, Nelson Sardelli, como seu pai biológico e não Mickey Hargity, o fisicultor hungariano – segundo marido de sua mãe – que a criou. Esta descoberta só foi possível graças a um integrante do fã clube da mãe, que a procurou.

O documentário é um dos mais comoventes, sinceros e verdadeiros retratados de uma artista de cinema. Impossível não se comover com a surpresa da atriz ao constatar que, além da imagem criada para a carreira da mãe existia uma mulher com talento que tinha potencial para muito mais do que conseguiu mostrar. Porém, a opção por assumir a persona de símbolo sexual pareceu, em princípio, o caminho mais fácil.
“Não se trata do passado. Trata-se de quem somos agora, e é uma forma de trazer o passado para o presente e até mesmo para o futuro”, afirmou Thierry Frémaux, diretor do Festival de Cannes, antes de chamar a atriz, produtora e diretora ao palco.

Muito interessante ver a dignidade com que Mariska tratou a vida e obra de sua mãe.
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