Após três edições como Rotas Brasileiras, a feira passa a se chamar SP-Arte Rotas. A mudança reflete um movimento de ampliar o olhar para além do território nacional, sem perder de vista os vínculos com a produção artística brasileira. A próxima edição acontece de 27 a 31 de agosto, na Arca, na Vila Leopoldina, em São Paulo, reunindo 65 expositores — entre galerias, museus e projetos especiais — de 12 estados do país, além de representantes internacionais da Argentina e da Amazônia Peruana.

Orbitam esta edição temas como erotismo, território e ambientalismo em suportes variados, entre pinturas, esculturas, cerâmicas e obras têxteis. A feira amplia seu escopo curatorial e consolida sua vocação como um espaço de descoberta, conexões e circulação da arte brasileira e latino-americana.
Entre os nomes confirmados estão galerias de trajetória consolidada como Luisa Strina, Almeida & Dale, Gomide&Co, Mendes Wood DM, Vermelho, Luciana Brito, Flexa, Galatea, Mitre e Martins&Montero, ao lado de estreantes na feira como MT Projetos de Arte, MaPa Foto, Isla Flotante (Argentina) e Xapiri Ground (Peru).

Uma das novidades desta edição é o Transe, projeto de Lucas Albuquerque que reúne cinco jovens artistas, nacionais e internacionais. A curadoria investiga o não-figurativo: práticas que problematizam a figuração ao mesmo tempo em que recusam os cânones da abstração moderna.
Projetos: entre tradição, memória e experimentação

Na Almeida & Dale, destacam-se nomes como Heitor dos Prazeres, Lidia Lisbôa, Maxwell Alexandre e Rebeca Carapiá ao lado de artistas consagrados como Tunga, Paulo Pasta, Jaider Esbell e Hélio Melo.
Na Xapiri Ground, do Peru, obras de Gerardo Petsaín Sharup, de descendência indígena Wampís, que cria a partir dos mitos de seu povo. Na Isla Flotante, um diálogo entre Mira Schendel e Rosario Zorraquín.
A Gomide&Co propõe uma aproximação artística entre mãe e filha: Teresinha e Valeska Soares, cujas práticas, ainda que muito diversas, tensionam aspectos da falta, do desejo e da memória.

De Salvador, a galeria Paulo Darzé aproxima os universos das artistas Nádia Taquary e Goya Lopes destacando diferentes abordagens do legado afro-brasileiro.
A galeria Luisa Strina apresenta uma individual de Marepe, artista que transforma objetos cotidianos em artefatos carregados de memória e crítica social.
A galeria Galatea exibe um solo do artista Tito Terapia, cuja trajetória teve início nas ruas da Zona Leste de São Paulo por meio do pixo e hoje explora a pintura ao ar livre com tintas que ele próprio desenvolve.
Com obras de Adriana Varejão, Alvim Corrêa, Tomie Ohtake, Leonilson e Tunga, a galeria carioca Flexa reúne obras sob a ótica do erotismo.
De Recife, a Marco Zero apresenta um projeto curatorial de Cristiano Raimondi que faz aproximações técnicas e estéticas entre artistas como Marlene Almeida e Vinicius Barajas e Rayana Rayo e Cícero Dias.

A MaPa exibe obras de Delba Marcolini, Agi Straus e Sepp Baendereck. Já na MaPa Foto, o foco são fotografias modernistas com viés erótico de nomes como Alair Gomes, Otto Stupakoff, Helmut Newton e Alicia Rossi.
A Karandash, galeria de arte popular fundada por Dalton Costa e Maria Amélia Vieira, apresenta um recorte da Coleção Karandash, com obras de Amilton, Dalton Costa, Jasson, Maria Amélia Vieira, Roxinha Lisboa e Valmir.
Com curadoria de Divino Sobral, a goiana Cerrado exibe artistas do Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso: Lucélia Maciel, Gervane de Paula, Paulo Pires, Genor Sales, Tor Teixeira, Abraão Veloso, Alice Lara e Matias Mesquita.
O projeto da galeria Mitre, de Minas Gerais, toma como ponto de partida a amizade entre Abdias do Nascimento e Sebastião Januário para refletir sobre a colaboração. A galeria destaca trabalhos conjuntos de Rafael RG e Marcos Siqueira, e Carlos Zilio e Gustavo Speridião.
Na galeria Marcelo Guarnieri, um solo da artista Helena Carvalhosa, que segue em plena produção aos 80 anos, com pinturas, objetos e cerâmicas que revelam sua relação íntima com a poesia.
Na Vermelho, as séries “A Sônia” e “O voo do watupari”, de Claudia Andujar, e obras de Carmela Gross. Na Cave, de Fortaleza, a curadoria é de Lucas Lacerda e leva à feira obras de: Charles Lessa, Jane Batista e Navegante, mulher indígena tremembé. Na Lima, artistas como Thiago Martins de Melo foram convidados a explorar fazeres manuais, como bordado e tapeçaria.
Entre os projetos especiais, está Jalapoeira Apurada, que reúne mulheres quilombolas do Jalapão para produzir luminárias escultóricas em capim dourado. Já Novos Para Nós apresenta o projeto “O popular é pop”, com obras de artistas como Ranchinho, J. Borges e Gilvan Samico.
Serviço
SP-Arte Rotas 2025
Data e Horários:
27 de agosto: convidados
28 de agosto: 13h às 20h
29 e 30 de agosto: 12h às 20h
31 de agosto: 12h às 19h
Local: ARCA – av. Manuel Bandeira, 360 – Vila Leopoldina, São Paulo – SP
Ingressos: R$100,00 + R$ 15,00 (inteira com taxa de conveniência) e R$ 50,00 + R$ 7,50 (meia-entrada com taxa de conveniência)

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