4ª edição do Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo

A 4ª edição do Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo (FTNsp) acontece entre os dias 17 e 26 de outubro de 2025, no Itaú Cultural, Sesc 24 de Maio, Sesc Bom Retiro, Teatro Sérgio Cardoso, Complexo Cultural Funarte SP, iBT – Instituto Brasileiro de Teatro e Casa de Francisca. As atividades são gratuitas e com recursos de acessibilidade.

Ruth de Souza @ divulgação

No Sesc 24 de Maio, a programação reúne espetáculos e ações formativas:

Kid Chocolate – Nos dias 25/10 (20h) e 26/10 (17h), espetáculo do grupo Ritual Cubano Teatro (Cuba), ocupa o teatro do Sesc 24 de Maio. Neste solo de Jorge Enrique Caballero, um boxeador revive e analisa momentos de sua vida, para alcançar o arrependimento, renunciar a seu passado terreno e acessar o paraíso.

Gotas de Saberes – Espetáculo inspirado em histórias do povo originário da etnia Makuxi, a narrativa incorpora também elementos de experiências vividas e da ancestralidade dos atores e duas apresentações gratuitas nos dias 25 e 26/10, às 16h, na Área de Convivência.

Quilombo Artístico-pedagógico: encantamento e imaginação – Residência artística fundamentada no encontro, na troca e no compartilhamento dos processos de criação e de metodologias artístico-pedagógicas da Cia. Arteatro (RR) e do Núcleo Abre Caminhos (SP). De 23 a 25/10, às 11h, no espaço de Tecnologias e Artes – ETA (4º andar), com inscrições online a partir de 30/9.

Sobre Ruth de Souza

Ruth de Souza @ Edmilson Saldanha

Ruth Pinto de Souza (1921-2019) nasceu no Engenho de Dentro/RJ, filha de Alaíde Pinto de Souza e Sebastião Joaquim Souza, e irmã de Maria e Antônio. Com o Teatro Experimental do Negro (TEN) foi a primeira atriz negra a pisar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com o espetáculo “O Imperador Jones” (1945).
Por sua atuação em “Sinhá Moça” (1953), tornou-se a primeira brasileira indicada como melhor atriz em uma premiação internacional de cinema, no Festival de Veneza de 1954.
É a primeira atriz negra a protagonizar uma novela, em “A Cabana do Pai Thomás” (1969). Em mais de 70 anos de carreira, atuou em cerca de 80 trabalhos somando teatro, cinema e televisão. Marcada por sua qualidade expressiva em suas personagens e por um pioneirismo na luta por condições dignas de trabalho, Ruth de Souza é responsável pela abertura de caminhos para artistas negras e negros no Brasil.

O Festival

Livro Ruth de Souza @ divulgação

O Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo (Dona Ruth: FTNsp) mobiliza encontros, fruições, reflexões e diálogos entre o público e artistas, grupos, coletivos, companhias e agentes culturais cujas produções artísticas se afirmam, por meio de diversos modos de fazer, como artes negras-diaspóricas.
Assim, o Dona Ruth: FTNsp celebra os Teatros Negros enquanto experiências artísticas históricas e contemporâneas e, ao mesmo tempo, se propõe como um território de ação política, poética, estética e ética para o exercício da cidadania.
Permanentemente, o festival homenageia a atriz Ruth de Souza (1921-2019) como um gesto afetivo, dando a este território o nome de “Dona Ruth”, reconhecendo esta mulher negra e artista como uma das atrizes mais importantes da história do teatro, cinema e teledramaturgia do Brasil. Através de sua excelência técnica e ativismo, Ruth tornou-se uma referência ética, artística e intelectual, bem como um símbolo de abertura de caminhos para pessoas negras artistas de diferentes gerações.
Idealizado pela atriz e gestora cultural Ellen de Paula, e pelo diretor e dramaturgo Gabriel Cândido, o festival realizou a sua 1ª edição em 2019; a 2ª edição em 2020 em formato online devido à pandemia do Covid-19; e a 3ª edição em 2021 em formato híbrido ainda sob os efeitos da pandemia.
Além das edições anteriores do evento, o festival promoveu atividades especiais, como 100 anos de Ruth de Souza: um sonho que se no tempo em 2021, o lançamento do livro Entre Mira, Serafina, Rosa e Tia Neguita: a trajetória e o protagonismo de Léa Garcia de Júlio Claudio da Silva, com participação da própria atriz e do cineasta Joelzito Araújo, em 2023; e a edição Pré-Festival: compartilhamentos curatoriais, também em 2023.