No auge das comemorações de seus 26 anos, a revista americana Vanity Fair elaborou uma retrospectiva das matérias com celebrities feitas na praia. De Gisele a Julia Roberts, de Brad Pitt a Bruce Willis, tem para todos os gostos.
Este especial me lembrou da célebre frase da poderosa editora de moda Diana Vreeland (1903-1989), sobre o biquíni: “é a invenção mais importante deste século (20), depois da bomba atômica”.
No calor dos lançamentos para o Verão 2010, Mondo Moda relembra o surgimento da moda praia.

A historinha
Até finais do século XIX ter a pele bronzeada era sinal de pobreza – somente os camponeses trabalhavam no sol. Nos países escravistas, como o Brasil, isso podia fazer com que a pessoa parecesse uma escrava. Mar… Só para ser admirado. Não passava pela cabeça de uma dama se jogar na água e nem havia roupas apropriadas para isso.
Contudo, as coisas estavam prestes a mudar.
O cientificismo atingia seu auge e uma revolução de pensamento em diversas áreas começava a questionar alguns valores.

Saúde
São os médicos que indicam os banhos de mar e a exposição ao sol como hábitos saudáveis. Surgem, então, os trajes de banho.
As primeiras peças cobriam o corpo inteiro. Em seguida, as mulheres adotaram um blusão de mangas curtas em tecido encorpado – que chegava até a coxa e, por baixo, uma calçola bufante.
As cores eram preto e azul-marinho, mas, surgiram variações, como no estilo marinheiro, usadas com cinto. Nos pés (sim, o povo andava calçado!), sapatos de lona com sola de borracha ou corda, que eram presos ao tornozelo por cadarços e… Acredite: meias! Na cabeça, toucas de tecido.
Em 1925, a roupa de praia ganha desenhos excêntricos e encurta-se, mas, mantêm um pequeno saiote.
Com grande influência de Hollywood, as mulheres nos anos de 1930, começaram a se preocupar com a silhueta e com o bronzeado.
Os maiôs ganham decotes acentuados e os saiotes reduzidos a quase nada. As costas começam a ser valorizadas. Surgem novos tecidos, como jérsei de lã, lastex e algodão.
Neste período, a estilista Sonia Delaunay lança o pareô como saída de praia. O short também começa a se impor, assim como grandes chapéus de pano e de palha.
Nos anos de 1940, surgem os maiôs listrados ou estampados em helanca, com enchimento de espuma no busto. Eles vieram no modelo tomara-que-caia ou com alças. Aparece uma variação de duas peças em algodão, com sutiã tomara-que-caia e calça lisa com babado imitando saiote.

Revolução
A coisa toma novo rumo no dia 26 de junho de 1946, quando o francês Louis Réard lança o biquíni.
O nome era uma homenagem ao pequeno atol de Bikini, no Pacífico, onde os americanos realizavam testes atômicos (que meda!).
O primeiro modelo era de algodão com estampa imitando uma página de jornal.
Foi considerado tão escandaloso, que nenhuma modelo ousou vesti-lo para divulgá-lo.
Coube a abusada stripper Micheline Bernandini, tal empreitada.
Mesmo assim, nenhuma mulher comportada adotou.

Musas
Aí… Em 1956, o filme “E Deus Criou a Mulher” mostrou a francesa Brigitte Bardot usando um modelo xadrez vichy adornado com babados. Foi adotado por algumas.
A coisa muda de figura em 1962, quando a atriz Úrsula Andress surge em cena do filme “OO7 Contra o Satânico Dr.No” saindo do mar, usando um biquíni branco, com uma faca presa num cinto…
A partir daí, as mulheres e a moda praia começam um casamento que rendeu muitos frutos – até hoje, é óbvio.



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