Na primeira parte do artigo O Videoclipe e a Moda Jovem, o jornalista Jorge Marcelo Oliveira comentou sobre os primeiros movimentos da música jovem americana, como os Zoot-Suits, os Beatnicks e os Rockabillys, nos anos 50.
Bill Haley and his Comets, Elvis Presley, The Beatles e Nancy Sinatra criaram imagens visuais (algumas em preto e branco) daquilo que seriam conhecidos anos depois como ‘videoclipe’.
Na Parte 2, a influência do movimento hippie e o caldeirão de mudanças dos anos 70.
Hippies
Em 1966, nascia na Califórnia, o movimento Hippie. Pacifista, pregava a filosofia da paz e do amor. Eram jovens que não concordavam com a cultura conservadora. Eram contrários a Guerra do Vietnã. Experimentavam todos os tipos de drogas, que eram usadas como ‘libertadores’.
Homens e mulheres vestiam calças jeans, pantalonas com boca de sino, batas indianas e cabelos longos e desalinhados. Foi o surgimento da moda unissex.
O auge do movimento foi o manifesto pregado na porta da universidade de Sorbonne, durante as manifestações estudantis em maio de 1968, que mudou definitivamente a imagem da juventude como força política.
Em 1967, The Beatles abraçaram as manifestações religiosas do Oriente, abandonaram os terninhos e cabelos aparados e adotaram a imagem dos hippies. Lançaram o histórico álbum Sargent Pepper’s – que definiria a geração.
Mas os maiores representantes da música da época foram Janis Joplin, Jimmy Hendrix e Jim Morrison, do The Doors. Viveram com intensidade as experimentações da época – regada a altas doses de álcool e drogas. O saldo negativo aconteceu em 1970: com um mês de diferença, Janis e Jimmy morreram de overdose. Morrison duraria até julho de 1971.
Pouco depois, os jovens tinham uma nova voz: os Rolling Stones. Com forte influência dos blues, eles representaram o destempero e a agressividade que teria força na próxima década.
Anos 70
A partir dos anos 70, com o advento do videoteipe (fita de gravação de vídeo) e dos videocassetes (anos 1980), o videoclipe se tornou uma experiência privada, quase intima. A pessoa gravava e assistia quando quisesse. Neste período, a cultura jovem experimenta o rock progressivo e o movimento Glam Rock.
Como estética, o segundo é mais interessante, uma vez que levou a androginia ao extremo, com os cantores usando trajes extravagantes, maquiagem excessiva e performances teatrais – o inglês David Bowie se tornou a referência do estilo, com seu alter ego Ziggy Stardust.
No Brasil, Secos & Molhados, com Ney Matogrosso garantiu um fortíssima impacto visual – que, influenciou, entre outros, o grupo americano Kiss. Até hoje, espera-se algo do gênero tão revolucionário na estética da música brasileira.
Em 1974, surge o movimento punk. Nos EUA, os Ramones se apropriaram do visual roqueiro, usando jaquetas de couro estilo motoqueiro, t-shirt branca, calça jeans e tênis. Na Inglaterra, porém, o punk ganhou uma estética própria, adotando a indumentária sado masoquista (alfinetes, pregos, pinos, rasgos e retalhos), símbolos nazi-fascistas – incluindo a suástica. A proposta era debochar dos valores políticos, morais e culturais.
Ao lado do punk rock, surgiu na Inglaterra o ‘New Wave’, que trazia elementos da música eletrônica (sintetizadores) incorporados ao rock. Grupos como Blondie, Talking Heads e The Cars ganharam notoriedade nessa época. Como estilo, ele só seria definido na próxima década.
No outro extremo, a disco music sai dos guetos americanos para se tornar uma febre mundial. O movimento pregava a liberdade de expressão, liderado por gays, negros e latinos heterossexuais contra a dominância do rock – que desvalorizada a música dançante. Mulheres abraçaram o estilo e cantoras se tornaram ‘Divas’, como Donna Summer e Diana Ross. Uma sucessão de grupos surgiu, se apresentando em casas de dança chamadas ‘Discotecas’. O Studio 54 se tornou um templo do hedonismo e da diversão.
Os sapatos plataformas eram usados por ambos os sexos. Homens adotaram as calças boca de sino e camisas de popeline estampadas com gigantescas golas. Para as mulheres, calças pantalonas, vestidos de jérsei coloridos, usados com anéis, pulseiras, relógios e correntes. Os cabelos eram armados, bem no estilo Black Power. O filme ‘Os Embalos de Sábado à Noite’ se tornou um fenômeno mundial.
No Brasil, a novela ‘Dancin’ Days’, produzida em 1978, revelou o grupo As Frenéticas e transformou Sonia Braga em ícone da cultura nacional, graças ao personagem Julia Matos.
Nesta época, semanalmente, o “Fantástico” lançava um videoclipe, o que garantia o interesse dos jovens pelo programa. Muitos eram feitos pela própria equipe da TV Globo.
Confira Parte 1 – Rockabilly
Confira Parte 3 – Anos 80 e a geração MTV
(Artigo: Jorge Marcelo Oliveira – Fonte: Wikipédia)





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