Há 90 anos, nascia Marilyn Monroe… O maior ícone de Hollywood

Se estivesse viva, Marilyn Monroe completaria 90 anos nessa quarta-feira, 01 de junho. Na magia do cinema, que transforma pessoas em estrelas de cinema, a loira platinada é dona de diversos títulos, como ‘a atriz mais famosa da história de Hollywood’, ‘o maior símbolo sexual da história do cinema’, ‘maior ícone publicitário do cinema americano’, ‘platinum blonde’, entre outros. Títulos à parte, Marilyn era uma mulher complexa.

Marilyn Monroe - Playboy Magazine - 1953 @ divulgação
Marilyn Monroe – Playboy Magazine – 1953 @ divulgação

Geminiana, ela viveu dualidades como poucas estrelas de sua época. Nascida Norma Jeane Mortenson, filha de uma mãe perturbada mentalmente, teve uma infância bem complicada. Sua mãe, Gladys Pearl se casou duas vezes. Do primeiro, com John Newton Baker, teve Robert e Berniece. Após o divórcio, as crianças foram morar com o pai. Somente aos 12 anos que Marilyn soube que tinha uma irmã. Gladys se casou com Edward Martin Mortensen, mas se separam alguns meses depois. Segundo os biógrafos, ela engravidaria bem depois, portanto, ele não era o pai de Marilyn, que, até sua morte, permaneceu um segredo. Mesmo assim, durante a infância, Mortersen e Baker foram usados como sobrenome.
Sem condições de criar a filha, Marilyn foi adotada por Albert e Ida Bolender. Anos depois, a mãe foi ‘busca-la’ e viveu com ela até ser diagnosticada com esquizofrenia paranoide, terminando sua vida em hospitais psiquiátricos. Marilyn viveu um círculo de adoções, passagens por orfanatos e, aos 16 anos, se casou com James Dougherty. Foi um erro. Ambos eram muito jovens e não tinham nada em comum. Um ano depois, ele se alistou na Marinha e ela foi morar com os sogros. Em seguida, começou a trabalhar numa fábrica que produzia suprimentos para a Segunda Guerra Mundial.

Norma Jean Baker 1945 @ Joseph Jasgur
Norma Jean Baker 1945 @ Joseph Jasgur

No final de 1944, ela conheceu o fotógrafo David Conover, que fez suas primeiras fotos profissionais. Na época, ela tinha cabelos escuros e encaracolados, que foram mudados para o platinado, pois chamaria mais atenção dos publicitários. Funcionou. Ela estrelou 33 capas de revistas, nos quais exploravam a figura da Pin-up. Com o sucesso, conseguiu um teste no estúdio da Fox. Em agosto de 1946, graças a indicação de um executivo do estúdio, mudou o nome para ‘Marilyn Monroe’. Na sequência, fez uma sucessão de papéis sem destaque. Seu grande momento foi a clássica foto assinada Tom Kelley, no qual surgia nua em cima de um tecido de cetim vermelho.

No ano seguinte, apareceu em cinco filmes, incluindo uma ponta de cinco minutos no premiado ‘A Malvada’. Graças a esta participação, ganhou uma menção da revista Photoplay, que afirmava que ela estava deixando a imagem de modelo para se tornar uma atriz. Mesmo assim, apesar de diversas ações publicitárias, namoros com diretores e papéis sem destaque, sua carreira começou em 1953 com o filme ‘Niagara’. Naquela época, o maquiador Allan ‘Whitey’ Snyder elaborou a famosa sobrancelha arqueada e mais escura, na pele pálida e com boca vermelha e intensa. Virou a ‘marca’ que eternizaria a imagem da atriz. O filme foi sucesso, principalmente pelo contexto sexual dado a sua personagem. No seu trabalho seguinte ‘Os Homens Preferem As Loiras’, Marilyn interpretou a canção ‘Diamonds Are a Girl’s Best Friend’. Resultado: a comédia fez grande sucesso de bilheteria. Sua carreira deslancha com outros nove filmes, entre eles ‘Como Agarrar um Milionário’, ‘O Pecado Mora Ao Lado’, ‘Quanto Mais Quente Melhor’ e ‘Os Desajustados’, considerados seus melhores trabalhos. ‘Something’s Got To Give’ foi seu último e inacabado filme.

Marilyn Monroe no teste de cabelo para o filme Something's Got To Give, de 1962 @ Reprodução
Marilyn Monroe no teste de cabelo para o filme Something’s Got To Give, de 1962 @ Reprodução

Casamento e morte

Além de James Dougherty, ela se casou com o jogador de rugby Joe DiMaggio (1954) e o escritor Arthur Miller (1956 a 1961), mas teve dezenas de amantes, incluindo o presidente americano John Kennedy.
Sua misteriosa morte em agosto de 1962 (oficialmente por overdose de remédios para tratamento de insônia), quando estava com 36 anos, transformou-a ‘numa lenda urbana’. Sem comprovação, dizem que foi assassinada pela máfia, a pedido da família Kennedy (pois tinha um caso com John), etc.
O tempo foi muito generoso com a atriz. Talvez apenas Charles Chaplin empate quando se pensa em Hollywood, mas, nenhuma atriz consegue supera-la como fenômeno da cultura pop. Sua imagem e tão forte, que, após 55 anos de sua morte, continua a ser usada para campanhas publicitárias.
Vestido
1955 O Pecado Mora ao Lado (1955)9Ainda sobre Marilyn, seu mais famoso usado por Marilyn no filme ‘O Pecado Mora Ao Lado’ foi leiloado por US$ 4,6 milhões. Assinado pelo figurista William Travilla, o esvoaçante vestido de frente-única e saia plissada, que revela a lingerie de Marilyn Monroe ao passar por uma saída de vento do metrô de Nova York, é a imagem que imortalizou Marilyn no imaginário popular.
Depois da morte de Marilyn, o famoso vestido branco foi para o acervo de Travilla. Só depois da morte do próprio figurinista, em 1990, é que a peça passou a fazer parte da coleção da atriz Debbie Reynolds, no Hollywood Motion Picture Museum.

Relação com a moda 

Livro Marilyn in Fashion @ Divulgação
Livro Marilyn in Fashion @ Divulgação

Lançado em 2012, o livro ‘Marilyn in Fashion’, dos autores Christopher Nickens e George Zeno, mostra a relação de Marilyn com a moda. Tanto nas telas, quanto em suas aparições públicas.
Estão o tomara que caia de cetim pink usado na cena do musical citado ‘Diamonds..’, no filme ‘Os Homens Preferem As Loiras’, o esvoaçante vestido de frente-única e saia plissada branco (na realidade, ele não era branco, era um amanteigado) de ‘O Pecado Mora ao Lado’ e o branco colado que usou para cantar ‘Happy Birthday’ para o aniversário de JKF são alguns que foram eternizados no imaginário popular.
Além destes figurinos (roupas para cinema), na vida real, ela usou peças de Oleg Cassini, Norman Norell, Emilio Pucci, Jean Louis, sandálias Ferragamo, bolsas Gucci, entre outros.
Com mais de 100 fotos raras e nunca publicadas, o livro traça a evolução de seu estilo, que misturava a ingenuidade do final dos anos 40 com a explosão de sensualidade nos 50, em modelos que entraram para a história da moda.