Em ato de curiosidade, a efemeridade indumentária surgiu com o aparecimento dos burgueses, no século XIV. Eles representavam a classe média e tentavam copiar a realeza, que, por sua vez, vivia em constante mudança para manter a exclusividade e não se igualar.
É possível afirmar, então, que a burguesia nada mais é do que vítima da moda – e da sociedade – que vive a mercê de opiniões alheias buscando aceitação e tentando se igualar a um grupo superior e maior, para sentir-se parte de alguma coisa. O mais curioso disso tudo é que a vitima também tem papel de ‘assassino’ por julgar outra pessoa e a fazer usar dos mesmos princípios na busca de opiniões positivas, tão insignificantes quanto às próprias.
De qualquer forma, no Brasil a moda é ditada pelas novelas (em algumas esferas sociais, das semanas de moda) – o que mostra que todos nós temos um lado “vítima” dentro de nós.
Pensando nisto, selecionei modismos que marcaram seu finito período de existência.
Cinto Duplo (Salve Jorge – personagem Heloísa – 2013) – A delegada fez sucesso na novela com suas roupas dramáticas e exageradas, e também pela brilhante – ou nem tanto – ideia de um cinto duplo. Foi bom – para alguns – enquanto durou.

Sneaker – Sofreu muito preconceito da parte masculina, que dizia parecer uma bota ortopédica. De qualquer forma, foi um dos modismos mais duvidosos, do tipo que ama ou odeia.

Saruel – O modelo era usado tanto em malha quanto em denim, mas, mesmo fazendo parte também do universo masculino, os homens odiavam quando as mulheres as usavam, pois “deformava” a silhueta tirando a feminilidade e deixando de lado as curvas.

Clog – Tamancos originalmente usados na Holanda, que foram usados de maneira inspirada pelo mundo com variações nos saltos e nos modelos – fechados e abertos.

Bota Psy – Também conhecida como pé de cabra, cavalos e afins, possuía uma enorme plataforma e tem esse nome por ser muito usada em raves e festivais de música eletrônica nos quais o psy era moda na época.

Calça Corsário – Muito confundida com calça capri, a corsário fica um pouco abaixo do joelho e é ajustada ao corpo. Às vezes ela volta, mas não com a mesma intensidade de antes.

Alça de Silicone – Sutiãs, blusas e afins tinham essas alças – no caso das lingeries, o fecho também – para disfarçar e foi uma ideia boa na teoria, mas que não funcionou na prática, já que o brilho do silicone chamava mais atenção ainda.

Tênis de Plástico – Pode ser chamado como o primeiro sneaker, já alguns tinham salto. Os que ficaram mais conhecidos foram os da Sandy e os All Star.

Saia Pregueada com Meiões Coloridos (Celebridade – personagem Darlene – 2003) – A minissaia jeans pregueada fez sucesso, tanto na novela, quanto nas ruas. Jovens e crianças usavam com meias listradas coloridas e sandálias ou coturnos até a canela.

Meia Luréx (Dancing Days – 1978) – O período era da música disco, o que tornou um o sucesso de vendagem a ponto de se tornar notícia na revista americana Newsweek. Eles também comentaram a influência das novelas na moda brasileira.

Além desses, é importante se lembrar da bota branca da Xuxa, boina jeans da Kelli Key, tererês de plástico, saia mullet, bolsa de crochê e uma infinidade de passados condenadores. Deu aquela dor no coração de lembrar que você usou boa parte dessas coisas, não é? Por isso use porque você gosta, não goste porque está usando!
E um aviso importante: fique de olho em peças duvidosas como os creepers e as alpargatas, para não investir e parcelar modismos que são usados à vista!
(Artigo de Bruna Said Miguel, do blog Chá das Cinco | Fotos Divulgação)
Passei ilesa por todos esses modismos, ufa. Achei divertido o artigo, dei graças a deus de não ter visto o cinto duplo (nem soube da existência) e amei o último parágrafo! parabéns!
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Nossa eu esperava ler um post reunindo todos esses modismos há séculos! hehe muito bom!
O sneaker, a calça saruel e o clog marcaram meus ‘arrependimentos’ de moda! hehehe
beijos
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Legal o post e creepers e alpagatas são bem legais mas para ser usado algumas vezes 🙂
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