Madonna encerrou a sensacional turnê ‘The Celebration Tour’ levando mais de 1,600 milhões de pessoas na praia de Copacabana no Rio de Janeiro. Foi o maior show de sua carreira e um dos maiores que o Brasil promoveu. Exibido ao vivo pela TV Globo e pelo canal pago Multishow, chegou aos lares de milhares de pessoas que jamais pisaram num show da cantora até então.

Sendo assim, sua passagem se assemelhou a um furacão. No palco, ela homenageou artistas que morreram em decorrência ao HIV/AIDS (como Henfil, Renato Russo, Sandra Brea, entre outros), personalidades negras de relevância no cenário nacional (como Marina Silva, Gilberto Gil, Erika Hilton, entre outros), recebeu Pabllo Vittar e Anitta, celebrou Michael Jackson, contou com uma linda participação de uma bateria de crianças, beijou na boca uma dançarina transexual, deu uma nova roupagem à clássicos com mais de 40 anos, entre outros.
Enfim… Centenas de reações aconteceram na sequência. Fãs extasiados e empolgados ao relembrar que, aos 65 anos e com 40 anos de carreira, a artista continua como uma das mais relevantes da história da música Pop como poucas. Todas que vieram antes e depois têm sua importância no cenário, mas Madonna é a Rainha do Pop.

Ninguém irá supera-la. É um nível de excelência e qualidade técnica que foi aprimorado ao nível máximo de qualidade. Muitas são talentosas em suas áreas de atuação, isto é um fato, mas poucas conseguem ultrapassar fronteiras, quebrar barreiras, furar bolhas, etc. Madonna vai além.

Madonna é um curso de Graduação, Pós e Mestrado sobre Música Pop. Ela não é apenas uma marca. Ela é uma grife.
Lógico que podemos citar umas dez outras artistas atuais da Música Pop que são relevantes ao público consumidor jovem. Porém, nenhuma é ou será igual Madonna.

Pensa na reação que o gado apoiador da extrema direita vomitou nos dias seguintes ao show. Foi um festival de preconceitos, homofobia, misoginia, etarismo, transfobia, etc, usado para justificar o questionável conceito da Moral e Bons Costumes da tradicional família brasileira. Teve deputado que pediu desculpas aos colegas de tribuna e aos eleitores porque foi ao show. Qual outro artista provocaria tamanho constrangimento público?

E não é apenas isso. Artistas nacionais apoiadores da extrema direita, que me recuso a citar o nome, gravaram mensagens em suas redes condenar números musicais de Madonna, afirmando que era Suruba. Veja bem: este mesmo está apresentando um show chamado ‘Cabaré’ com dançarinas em trajes sensuais. Em diversas partes do Brasil, o nome ‘Cabaré’ se refere a boates de prostituição… Ou seja…

Enfim… Reações negativas à parte, o show de Madonna também resgatou o desejo de voltar a vestir uma camiseta verde e amarela. Até recentemente, somente o gado apoiador da extrema direita se apropriou não apenas da camiseta, mas de todos os símbolos da pátria. Perfis das redes sociais foram completados com a bandeira Nacional.

Organizadores da 28ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, que acontecerá em 02 de junho, estão sugerindo aos participantes a usar a camiseta verde e amarela. Pensa.
Se isto de fato acontecer. Pessoalmente não me empolgo, mas admito que seria o resgate do conceito pela cidadania, respeito e orgulho de ser brasileiro que a população LGBTIAP+ raramente teve direito.
E, sim, Madonna foi uma das responsáveis.

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