Nascida e criada nos Estados Unidos, Rory Power dedicou seus estudos e carreira à literatura. Com Mestrado em Ficção e Prosa, trabalhando como editora de ficção policial e como consultora de adaptações para TV, a autora lançou seu primeiro livro em 2020 e já se tornou um fenômeno entre o público juvenil.
Meninas Selvagens conta a história de um grupo de estudantes da escola Raxter, uma escola de elite isolada em uma ilha do Maine, que é assolada por uma epidemia avassaladora de um vírus desconhecido, então denominado TOX.
Os primeiros sinais da Tox aparecem na vegetação e nos animais da ilha, mas não demora para que as alunas comecem a se contaminar e apresentem mutações físicas e mudanças de comportamento.
A ilha então é colocada em quarentena e a escola em total isolamento. As meninas não podiam sair, seja pela contaminação ou pelos perigos que o local passou a oferecer com a escalada de selvageria que a Tox trouxe para a natureza.
Essa selvageria também se faz presente em algumas das meninas e na forma como lidam com o novo cotidiano que a epidemia impôs. Não há mais aulas de artes e sim de tiro. As tarefas incluem segurança e organização. Elas passam frio e fome. Não sabem se um dia sairão dali ou se existe cura.
Livro Meninas Selvagens @ Acervo Micaela Huertas
Com este cenário e com protagonistas bem construídos, Rory nos prende do começo ao fim. A ansiedade por entender os mistérios da ilha e da Tox, por saber se as meninas conseguirão sobreviver, faz as páginas virarem rapidamente.
O livro foi classificado como um terror feminista. Denominação estampada na capa. No entanto, exagerada.
As personagens são praticamente todas mulheres, a ótica é totalmente feminina, mas não é uma defesa de direitos ou mesmo panfletária. Talvez, a definição de feminista tenha vindo da ideia de representatividade. Uma história contada e protagonizada por mulheres, naturalmente vai atingir este gênero.
Já sobre a classificação de “terror”, pode ser por conter elementos: mistério, suspense, crime, seres fantásticos. Mas não causa medo em nenhum momento. Eu me identificaria mais como ficção científica do que como terror.
De qualquer forma, é um livro incrível e atual. E não digo isso pela pandemia que enfrentamos, mas pela contextualização das personagens e da sua capacidade de adaptação. Com certeza, Rory nos prova o quanto podemos ser fortes.
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